Esta lista foi feita em virtude da votação com 133 críticos e cinéfilos do Brasil, reunidos por Pedro Lovallo, para que fossem eleitos um Top Filmes dos anos 2000. Na lista que enviei para a votação, estão os primeiros 20, na mesma ordem. Sugiro veementemente que confiram as listas individuais bem como os rankings paralelos. E deixo mais uma vez meu carinhoso obrigado pelo convite. Todos os links da votação podem ser acessados por aqui:
Sobre esta lista mais extensa: falo de anos de formação pois o cinema dos anos 2000 foi a fase cinéfila que construiu minha trajetória de filiação às imagens da sala escura. A entender isso e, consequentemente, entender os motivos de haverem tantos filmes americanos na lista. Em relação às ausências bastante questionáveis (Tsai Ming Liang, os quatro longas de Pedro Costa, Vincent Gallo, os outros filmes de Apichatpong, Johnnie To e propriamente Julio Bressane e Ana Carolina): eu ainda não os vi. E prefiro então redigir esta lista parte conciliada com o que consegui revisitar e conferir (entre os 30 ou 40 primeiros) e um restante muito baseado em memória afetiva e pinceladas dos meus reais anos iniciais de batuta cinematográfica (2015 em diante). Digo isso por motivos óbvios, daqui 6 meses, um ano, ou até menos, terei certamente alterado boa parte do que tem aqui. Enfim, pouco importa, fico com esse retrato bastante sincero do que pude reunir até aqui. Ei-lo:

1 – Miami Vice, Michael Mann, 2005
Cinema-organismo. É basicamente o que aconteceria se um filme pudesse respirar, existir, flutuar. Filme que é um corpo sozinho, em que suas imagens refletem simples e puramente a sua vontade de movimentar-se. Luiz Carlos Oliveira Jr. escreveu um texto belíssimo na Contracampo à época de lançamento do filme. É mais ou menos como descreve o crítico: um balanço monumental e transeunte entre solidão e esperança, entre indivíduo e corpo social. Quando Jacques Aumont pergunta-se se a mise-en-scéne morreu (no caso, falava de O Intruso, de Claire Denis), talvez ainda não tivesse assistido a Miami Vice, pois aqui, definitivamente, é onde a unidade do plano acaba, esfacela-se, desvia-se, tornando o filme um corpo único e sólido, a pairar no ar igual uma neblina atmosférica que toma conta de tudo e todos com seus ares românticos da fantasia de Mann pelo digital. Monumental.

2 – Paranoid Park, Gus Van Sant, 2007
Se existe algum filme de Van Sant que representa o que Bresson chamava de cinematógrafo (uma ideia de escrita cinematográfica), esse filme é Paranoid Park. A escrita do personagem principal é senão um fluxo desolador do pesadelo da vida adolescente mesclado em um palimpsesto de morte e agonia, de permanência e movimento. Paranoid Park é um balé com os anjos completamente diacrônico, testamento definitivo da melhor fase de um cineasta que moldou a ideia de fluxo no cinema contemporâneo.

3 – Aquele Velho Sonho Que Se Move, Alain Guiraudie, 2000
Retrato mais afetuoso dos anos 2000, um estudo de corpos sublime e como Guiraudie filma o desejo com uma pitada de mistério e de estranheza demarcam apenas que ele viria a ser um dos maiores realizadores de sua geração. É uma pedida maravilhosa para quem gostaria de ver um projeto de Boi Neon que deu certo. Cinema construído na calma e na beleza do corpo, sempre desvirtuado pela montagem, mas que nunca esquece que a distância é eleita pelo estilo da câmera e não pela austeridade, mantendo assim o elemento humano como uma força quase pialatiana que emerge de dentro do quadro para fluir e fruir aos quatro ventos dos campos franceses.

4 – Fim dos Tempos, M. Night Shyamalan, 2008
É o filme definitivo do maior autor do cinema americano surgido nos anos 90 (alguns átomos acima de James Gray). Quando parece ter migrado de vez para a incursão comercial e de gênero (Fim dos Tempos na época foi vendido como um pseudo-épico assustador), Shyamalan na verdade faz o seu filme mais atracionista, baseado na vontade pura e simples de materializar as hipóteses mais antigas da história do cinema. É um filme de tese e de decupagem acima de tudo, onde o desejo hitchcockiano do cineasta vai cada vez mais imbricando-se e tornando-se metáfora e metafísica no rosto e no comportamento dos atores no quadro. Que Shyamalan pusesse sempre seus personagens a mirar o invisível (que, muitas vezes, está ali e apenas nós que não percebemos) para colocar o espectador em suspensão, em Fim dos Tempos o próprio cineasta resolve filmar suas hipóteses e suspenses e materializá-las em tela. Finalmente é possível observar o vento – com o rosto assustado de Mark Whalberg para fazer-nos companhia.

5 – Donos da Noite, James Gray, 2007
Balada noturna do bem contra o mal. O cinema clássico de Gray atinge aqui um depuramento tão belo e milimétrico que é quase impossível contornar o impacto evidente. É uma obra completamente noturna e onde o maniqueismo evidente dá lugar a uma dança familiar entre honra, culpa e arrependimento, o que permite Gray não apenas transcrever em imagens o seus temas caríssimos do romance de culpa dostoievskiano como também realizar sua obra clássica definitiva no que tange às heranças do Hawks tardio e do Eastwood da morte do western. Mais que qualquer filme da lista, esse é um faroeste definitivo dos homens da lei e do seu descompasso moral frente a todas as chagas que juraram carregar. Um remake praticamente definitivo de Os Novos Centuriões (Richard Fleisher, 1972), filme ao qual paga um certo tributo e que tem como diretriz um mesmo encejo final: vida policial é estrada para danação.

6 – Falsa Loura, Carlos Reichenbach, 2007
Último filme de um dos maiores cineastas que o Brasil (e o mundo) já viu. Significado de sonho e desolação dentro de um cinema verdadeiramente popular. Filme de ilusões e fades que complexificam a relação humana do desejo e a embaralham para jogar numa rota dura e melancólica com a vida na cidade. Reichenbach fechando sua trilogia de operárias fazendo o maior filme brasileiro dos últimos 20 anos e provando pela última vez que as imagens não tem limites até quando for possível que se sonhe através delas.

7 – Dama na Água, M. Night Shyamalan, 2005
Sequência sintomática de Falsa Loura e que poderia ocupar o mesmo lugar na lista por ser um filme repleto de desejo e fantasia. Se Fim dos Tempos é o filme da prática das teses de M. Night Shyamalan, Dama na Água é o filme-base/filme-teoria para aquilo que Shyamalan acredita como norte da imagem (e consequentemente do cinema): a fé. Acreditar no que está em tela por que esses elementos sempre estiveram lá, disponíveis para todos aqueles dispostos a enxergar.

8 – O Rei da Fuga, Alain Guiraudie, 2009
Guiraudie construindo o filme mais politicamente errado e contraditório dessa década e conseguindo fazer com que ele seja ao mesmo tempo engraçadíssimo e completamente peculiar. É por si só um cineasta que tem um domínio predominante do corte e do enquadramento, além de uma capacidade inigualável de aliar estranheza, avareza e riso num mesmo plano. A cena do rapaz chupando o próprio chefe é de outro mundo.

9 – Superbad, Greg Mottola, 2007
Esse talvez seja o filme mais universal no Top 20 pois Mottola não se trata de alguém que revoluciona ou revigora a arte do plano e da imagem – como Shyamalan, Gray ou Guiraudie -, entretanto esse filme por si só é um marco de milhares de coisas diferentes: a começar por Evan Goldberg e Seth Rogen e a terminar por Jonah Hill e Michael Cera acompanhados do personagem mais carismático e encantador desse século, McLovin. É um filme que pode até parecer meio bobo num primeiro momento, porém oferece espelhamentos muito equilibrados (e até mesmo tristes) entre a vida adulta e a vida nerd fracassada, algo que se ampara bastante na catársis e na melancolia dos personagens, oferecendo, ao fim, o amor como lição de amizade e a comédia como espaço sempre franco para lapidar as durezas emocionais da existência.

10 – Polícia, Adjetivo, Corneliu Porumboiu, 2009
Porumboiu é decididamente o melhor cineasta de sua geração compatriota. Além disso, é decididamente um cineasta de comédia, ainda que seja também um cineasta social e um cineasta de thrillers, mas é antes de tudo um cineasta comediante. A julgar os últimos vinte minutos de seus dois primeiros filmes para ter certeza. Polícia, Adjetivo é de longe o seu melhor trabalho por conseguir aliar em uma margem perfeita um riso agonizante com uma atmosfera seca e morosa, completamente cerceada pela liberdade racional do aparato estatal. Ao mesmo tempo, é um filme elevado ao nível do ridículo e sabe extrair disso uma reflexão dialógica e bastante brutal sobre as vidas a margens do aparelho de poder e como tudo isso é literalmente ridículo se lido ao pé da letra. Termina com um chefe de polícia armando um esquema de futebol para sequestrar jovens menos maconheiros que qualquer um de nós. Obra-prima.

11 – O Pântano, Lucrecia Martel, 2000
É um filme absolutamente definitivo para o cinema latino-americano nessa década, por que inaugura sua autora mais potencial como também reestabelece e fortalece a lógica do fluxo, ministrando-a com uma selvageria latenta e com um jogo mimético de loucura e atmosfera praticamente inigualável. E há quem diga que não existe algo de hitchcockiano em Martel.

12 – Gerry, Gus Van Sant, 2002
Van Sant em sua maior fase fazendo um grande filme sobre a anulação do outro e reordenando o espaço através de uma câmera muito abstrativa e, ao mesmo tempo, alucinante. Por mais duro que seja em seu final, não deixa nunca de ser um filme absolutamente belo sobre seres humanos que jamais conseguirão encontrarem-se e coexistirem apesar de todo seu anseio em assim fazê-lo.

13 – Meninas Malvadas, Mark Waters, 2005
Talvez um dos últimos a entrar na lista e com muita justiça por que é um exemplo muito sintomático de geração e de estilo de comédia americana (um tanto inigualável desde seu lançamento). Além do mais é um filme bastante sádico quase em uma chave anti-hanekiana (no melhor sentido). Rachel McAdams vs Lindsey Lohan deve ser o maior confronto do cinema desde Pacino/De Niro em Heat (Michael Mann, 1995). Fantasia de filme teen em corpo de capeta, cheio de intrigas e artimanhas e de um narrador que pouco a pouco toma consciência do filme a partir do momento em que já não há mais retorno para nenhuma das personagens e é necessário arcar com as consequências. Teria amado vê-lo junto de Death Note (Adam Wingard, 2017).

14 – Fantasmas de Marte, John Carpenter, 2001
Carpenter derrotando o mundo pela última vez e unindo a sociedade pelo elo da cumplicidade. Ao mesmo tempo que é um filme nada atípico é também quase que uma despedida de um cineasta cansado de ter de ditar sempre as regras do jogo para que se possa entender a importância de mocinhos & bandidos e não de mocinhos vs bandidos. Com direito a Ice Cube explodindo a cabeça de fantasmas marcianos com duas glocks prateadas na mão – o que, por si só, já valeria no mínimo umas quatro estrelas.

15 – Femme Fatale, Brian De Palma, 2002
Se não se tratasse de um cineasta que é o maior de sua geração e que tem no arcabouço um panteão de obras-primas, Femme Fatale talvez fosse facilmente um dos cinco melhores filmes dessa década (ou desse século). Entretanto trata-se de De Palma a fazer um exercício pleno na sua primeira incursão no exílio europeu. É não só uma obra-prima como uma obra-prima depalmiana, tratado final sobre o desejo das imagens e sobre a luz (o cinema, as imagens mesmo) como salvação. É sobre as possibilidades do disfarce e da ilusão reconstruírem o mundo e sobre como tudo isso, no fim das contas, é só mais um exercício exímio de cinema que no fim das contas não mudará nada – mas não antes sem dar a nós a melhor performance da carreira de Banderas até Dor e Glória (Pedro Almodóvar, 2019).

16 – Segurando as Pontas, David Gordon Green, 2008
Ler o que André Bazin escreve sobre Mr. Houlot de Tati para entender a importância e o impacto desse filme. Gordon Green deve ser o mais fraco dos cineastas do Top 20 justamente por ser menos um autor e mais um excelente operário da indústria e que nesse caso serve muito bem ao propósito, povoando a mise-en-scéne com um toque mágico e doce e completamente capaz a dar a Rogen e Franco o espaço para existirem em uma sedação permanente de maconha e exploitation que varia de gêneros a medida que os minutos passam. Não é uma obra-prima mas é quase uma ação política colocá-lo em uma posição tão elevada pois é um filme muito ousado e que se reconstrói a cada passo ao mesmo tempo que mantêm-se sempre existindo com pertinência graças a sua capacidade de imaginar. A ser devidamente redescoberto.

17 – Marcas da Violência, David Cronenberg, 2005
Cronenberg permanece filmando o corpo (agora social) abrindo-se cada vez mais a uma chave com heranças do classicismo. É um filme muito duro sobre permanência e sociedade e revela a capacidade aurática de seu cineasta em se perfazer em muitos para continuar a decalcar cada vez mais seus temas mais caros. Além de tudo é um belíssimo estudo de como vencer em comunidade e retornar ao seio familiar, revelando sempre as suas dores e pesadelos e todas as trevas que existem na bonança. Sessão dupla perfeita com Fantasmas de Marte.

18 – Gran Torino, Clint Eastwood, 2008
Eastwood fazendo mais um de seus filmes-funerais para revigorar em si mesmo e na força de sua face e de sua persona a capacidade de falência e transformação do ser humano. Que seja um filme pré-aposentadoria de sua figura-símbolo como ator/signo (pois depois viria, ainda, A Mula) não há duvida, mas é certamente especial notar que é também um filme de fé e transformação (como é tudo em Eastwood), em que o fim do cowboy do aparato social termina mais uma vez transformado e diante da redenção como forma cristã de exorcizar os pecados para conquistar passo por passo o lugar no paraíso.

19 – Férias Frustradas de Verão, Greg Mottola, 2009
Mottola não é necessariamente um maneirista ou formalista, mas que Férias Frustradas de Verão é uma versão mais moderna e atualizada de melodrama não há duvidas. É um filme delicioso sobre como o espaço do kids playing de um parque de diversões toma conta de jogos muito abertos e esparsos de amor e desejo viril e juvenil que se calcam num surpreendente espaço de tableaux sustentado pelo sexapill inocente de Stewart e o timing cômico fracassado e corpóreo de Eisenberg.

20 – Notes On An American Film Director At Work, Jonas Mekas, 2005
Um filme bastante curto e fluído e que é mais que qualquer coisa um encontro de cinema muito revigorante, que ressalta o poder da labuta e alça os olhos para o star system com muito carinho. Ver Scorsese a filmar, para qualquer cinéfilo, há de ser algo bastante curioso, mas especialmente ver Scorsese a filmar um longa que lhe deu todos os louros que há anos já merecia, rodeado de estrelas famosas e dos seus mais próximos, nas lentes do Mekas (sempre figura amigável, conciliatória, afável) transforma Notes em uma experiência muito leve e restauradora para quem tem afeito pelo fazer de filmes.

21 – Menina de Ouro, Clint Eastwood, 2004
O Eastwood classicista fazendo seu filme mais doloroso da década.

22 – Ligeiramente Grávidos, Judd Apatow, 2007
Apatow criando conciliações entre a comédia tardia e o filme de amor deveria ser algo a ser cultivado com menos vergonha e mais carinho.

23 – Um Homem Sério, Joel e Ethan Coen, 2009
Cineastas de erros e acertos, os Coen fazem aqui seu comentário mais seco e cínico da crise americana e do papel do homem ordinário. Filme bastante pessimista sobre o estado das coisas.

24 – Jogo de Cena, Eduardo Coutinho, 2007
Coutinho esticando sua reflexão documentarista do espelho como entrevista para a mímeses da atuação e transformando isso em retrato melancólico e doloroso da condição humana.

25 – Elefante, Gus Van Sant, 2003
Interessantíssimo ver como Van Sant é um cineasta jovial disposto a tratar o pessimismo como forma e através disso destruir o espaço do tempo para construir um mundo sem redenção.

26 – A Vila, M. Night Shyamalan, 2004
Tratado definitivo da ideia de suspensão e crença na sociedade moderno que ganha na mão de seu maior cineasta também um retrato universal da capacidade de inventar-se através dos destroços.

27 – Sobre Café e Cigarros, Jim Jarmusch, 2003
Inúmeras séries do Jarmusch cartunista e que funcionam muito bem por que são rápidas e ligeiras em seus comentários, abrindo espaço para a suspensão e para os seus dotes de comédia antes mesmo de ter tempo para que o espectador se canse do ar cult e cansado.

28 – Objeto Misterioso ao Meio-Dia, Apichatpong Weerasethakul, 2000
Primeiro tratado de Joe sobre a capacidade e possiblidade do sonho no cinema.

29 – Missão: Marte, Brian de Palma, 2000
O filme romântico de De Palma é um ótimo adeus a fase americana por que termina, no fim das contas, a fazer um filme bastante hitchcockiano na ideia de reconstruir a sociedade através do elo comum e inegável do amor e do afeto e em emular isso pela imagem do delírio na construção do novo mundo.

30 – Star Wars: Episódio 3 – A Vingança dos Sith, George Lucas, 2005
O mais perto que Lucas chegou de Verhoeven e um tratado político-dialético da construção do espaço como lugar vulgar e da perda do corpo em virtude da aglomeração pós-tecnológica. Filme triste e trevoso e um dos únicos com coragem para que não seja um filme de heróis de esperança e redenção. O mundo acabou e ele tem forma de bonecos digitais e brigar com espadas coloridas.

31 – Ali, Michael Mann, 2001
Tratado esticado e estilístico de Mann sobre como o corpo e seus significados flutuam pelo ar. Filmaço.

32 – Zodíaco, David Fincher, 2007
Exercício estético exímio e que faz de Fincher finalmente um cineasta interessante.

33 – Trouble Everyday, Claire Denis, 2002
A cólera do mundo toda ela nos olhos frios e mortos de Vincent Gallo.

34 – Star Wars: Episódio II – O Ataque dos Clones
A ver a cena final deste filme e entender um conceito pós-moderno de catarse e de como destruir a ideia spielbergiana de blockbuster para enxotá-la em cínicas picuinhas políticas e amálgamas de cinema de seu próprio autor.

35 – Dez, Abbas Kiarostami, 2002
Belíssimo filme sobre o Irã contemporâneo e o interesse simultâneo de Kiarostami pela possibilidade da troca humana como construção cultural e imagética.

36 – Senhores do Crime, David Cronenberg, 2007
Cronenberg abandona a pira tecnológica para colocar um viés do sujeito e nas deturpações do corpo.

37 – Caminho Sem Volta, James Gray, 2000
Filme mais sombrio de Gray sobre o retorno do passado e a impossibilidade de conviver com seus próprios traumas.

38 – Amor à Flor da Pele, Wong KarWai, 2000
Pós-amor em uma balada melancólica sobre o significado da vida no casamento e na ressaca do mesmo.

39 – Pulse, Kiyoshi Kurosawa, 2001
Versão borgeana sobre o fim do mundo e o eco do planeta nos ombros do pesadelo humano.

40 – Sinais, M. Night Shyamalan, 2002
Ver para crer, amar para acreditar.

41 – Sobre Meninos e Lobos, Clint Eastwood, 2003
Trauma da infância como pathos da sociedade americana.

42 – Blood Work, Clint Eastwood, 2002
Exercício de thriller e Eastwood navegando pelo expressionismo como forma de terror.

43 – O Invasor, Beto Brandt, 2002
Bem-vindo ao lado sujo da vida e como Paulo Miklos já foi um grande ator.

44 – Edifício Master, Eduardo Coutinho, 2002
Breves retratos de como o mundo é um lugar coletivo.

45 – A Última Noite, Spike Lee, 2002
O homem a perder-se e encontrar-se.

46 – Dominó, Tony Scott, 2005
Atrações que vem do lixo. Cinema de busca pelo moderno e anti-televisivo por jogar essa estética ao túmulo depois de liquidificá-la.

47 – Colateral, Michael Mann, 2004
Se O Pagamento Final de De Palma tivesse um final feliz.

48 – O Virgem de 40 Anos, Judd Apatow, 2005
Apatow poeta do americano médio desajustado.

49 – Amantes, James Gray, 2008
Noites brancas.

50 – Scanner Darkly, Richard Linklater, 2006
Melhor Linklater por que consegue ser um filme muito seco e cínico sobre paranóia e fracasso e que não perde tempo em querer ser enviesado e filosófico.
Outras 50 menções:
51 – Guerra dos Mundos, Steven Spielberg, 2005
52 – The Habbit Hunters, Pedro Costa, 2007
53 – O Hospedeiro, Bong Joon-Ho, 2006
54 – Memórias de Um Assassino, Bong Joon-Ho
55 – A Crinaça, Jean-Pierre e Luc Dardenne, 2005
56 – + Velozes + Furiosos, John Singleton, 2003
57 – SideWays, Alexander Payne, 2004
58 – O Sequestro do Metrô 123, Tony Scott, 2009
59 – Os Infiltrados, Martin Scorsese, 2006
60 – O Profeta, Jacques Audiard, 2009
61 – Inimigos Públicos, Michael Mann, 2009
62 – A Mulher Sem Cabeça, Lucrecia Martel, 2008
63 – Aquele Querido Mês de Agosto, Miguel Gomes, 2008
64 – Trovão Tropical, Ben Stiller, 2008
65 – Três Macacos, Nuri Bilge Ceylan, 2008
66 – Corpo Fechado, M. Night Shyamalan, 2000
67 – À Prova de Morte, Quentin Tarantino, 2007
68 – Quase Famosos, Cameron Crowe, 2000
69 – O Náufrago, Robert Zemeckies, 2000
70 – Frequency, Gregory Hoblit, 2000
71 – Minha Terra África, Claire Denis, 2009
72 – Homem-Aranha, Sam Raimi, 2004
73 – À Leste de Bucareste, Corneliu Porumboiu, 2006
74 – 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias, Cristi Mungiu, 2007
75 – Planeta Terror, Robert Rodriguez, 2007
76 – Crítico, Kleber Mendonça Filho, 2008
77 – Kill Bill Vol. 2, Quentin Tarantino, 2004
78 – Má Educação, Pedro Almodóvar, 2004
79 – O Quarto do Filho, Nanni Moretti, 2001
80 – Match Point, Woody Allen, 2005
81 – Closer, Mike Nichols, 2004
82 – Minority Report, Steven Spielberg, 2002
83 – As Confissões de Schimidt, Alexander Payne, 2002
84 – Assassinato em Gosford Park, Robert Altman, 2002
85 – Kill Bill Vol. 1, Quentin Tarantino, 2003
86 – Amores Brutos, Alejandro G. Inãrritú, 2000
87 – Queime Antes de Ler, Joel e Ethan Coen, 2007
88 – Flores Partidas, Jim Jarmusch, 2005
89 – Boa Noite e Boa Sorte, George Clooney, 2005
90 – Encontros e Desencontros, Sofia Coppola, 2003
91 – Capote, Bennet Miller, 2005
92 – Caché, Michael Haneke, 2005
91 – Os Excêntricos Tenembauns, Wes Anderson, 2001
92 – Anti-Herói Americano, 2001, Shari Springer Berman, Robert Pulcini
93 – A Procura de Elly, Asghar Farhadi, 2009
94 – O Céu de Suely, Karin Ainouz, 2005
95 – De Tanto Bater Meu Coração Parou, Jacques Audiard, 2005
96 – X2, Bryan Singer, 2003
97 – Código Desconhecido, Michael Haneke, 2000
98 – Escola do Rock, Richard Linklater, 2003
99 – Transformers, Michael Bay, 2007
100 – Ratatouille, Brad Bird, 2007