Parece impressionante que o cinema brasileiro tenha a tendência de se redescobrir por meio do erro e não do acerto. Já aviso também que de forma alguma isso é algo pejorativo ou negativo, afinal, soa impossível que em um país cujo o setor cultural é constantemente esgoelado e descontinuado algo não surja por coincidência ou …
Alguns cinemas brasileiros – Olhar de Cinema #03
O título "Olhares Brasil" sempre cativou-me porque o conceito que o atravessa automaticamente implica em algo que tem por fundamento a multiplicidade: tanto "olhares" quanto "Brasil" são gestos e atributos que não se constituem unicamente de um todo, isto é, não há somente um ou outro Brasil, da mesma forma que não se permite, por …
Continue Lendo "Alguns cinemas brasileiros – Olhar de Cinema #03"
Diário perdido, anotações esparsas | Olhar de Cinema #5
Diário perdido Escrevo este texto na certeza de que, assim como o cinema, eu sou um fingidor. Não posso mais me iludir. Quando dei início ao projeto de cobertura do Olhar de Cinema, quase um mês antes do início do festival, pensei que seria possível dar conta de ver todos os filmes brasileiros em exibição. …
Continue Lendo "Diário perdido, anotações esparsas | Olhar de Cinema #5"
Destruir a cidade, construir fortalezas | Olhar de Cinema #4
Mesmo depois de ter atravessado Canto dos Ossos (Jorge Polo e Petrus de Bairros, 2020) e Sertânia (Geraldo Sarno, 2020) - dois dos filmes que mais me moveram para lugares distintos entre as rachaduras a hachuras do cinema brasileiro -, a primeira imagem do 9° Olhar de Cinema que surgirá em minha cabeça, passados os …
Continue Lendo "Destruir a cidade, construir fortalezas | Olhar de Cinema #4"
Eu sou a multidão | Olhar de Cinema #3
O procedimento primeiro que abre Entre Nós Talvez Estejam Multidões (Pedro Maia de Brito e Aiano Bemfica, 2020) é o cruzamento da voz de uma mulher com a imagem de um coletivo de moradores da ocupação urbana Eliana Silva. Enquanto ouvimos falar sobre um processo de assimilação daquele território - a moradora expunha a necessidade …
Da ruína à salvação: o formalismo | Olhar de Cinema #2
São necessários apenas dois ou três frames dos filmes que compõem o Programa 1 da Mostra Competitiva do Olhar de Cinema para que possamos entender que tratam-se de obras circundadas por um gesto programatorial bastante específico: a possibilidade de sonhar através do formalismo. Faço questão de deixar claro também que, ao tratar de formalismo (ressalvas …
Continue Lendo "Da ruína à salvação: o formalismo | Olhar de Cinema #2"
O abismo das alianças, o mundo em catacumbas | Olhar de Cinema #1
Antes mesmo de assistir ao filme de abertura da 9° edição do Olhar de Cinema fui atacado por uma curiosidade latente: a presença de dois dos profissionais mais qualificados do cinema contemporâneo na equipe técnica - o fotógrafo Leonardo Feliciano (de Branco Sai Preto Fica, Arábia, Baixo Centro) e o técnico de som Vasco Pimentel …
Continue Lendo "O abismo das alianças, o mundo em catacumbas | Olhar de Cinema #1"